sábado, 1 de janeiro de 2011

61 - Não existem Anjos


Faltando poucas horas para encerrar o ano, ligou para um amigo - atendendo um pedido dele - atendeu outra pessoa (o melhor amigo dele) e conversaram um pouco.
No meio da conversa, ele revelou o que ela já sabia: ela nunca teria "chance" com o cara que gostava, porque além do gênio difícil - "você não aguentaria um mês" - o principal é que ele não gostava dela na mesma medida.
Ela já sabia e o tranquilizou, dizendo que as coisas já estavam diferentes, que eles não haviam notado porque ela estava longe, mas quando voltassem a se verem, eles notariam a diferença.

A diferença é que ela já se acostumara a tantos "nãos" e finalmente, desde o vigézimo dia do décimo segundo mês, havia se "tocado" que aquele ser seria mais um da já extensa lista de "hecatombes amorosas" que já tivera.
Tentara ligar durante uma semana, sem conseguir falar com ele, só com seu melhor amigo. Os telefonemas não foram retornados. Quando finalmente conseguiu falar, perguntando se estava tudo bem, o que acontecera, em resposta ouviu a frase:
"Estou cuidando da minha Vida."
Não foi dita com ironia, raiva ou impaciência. Talvez por isso tenha impactado tanto e finalmente a tenha feito compreender o que até então só havia entendido.
Á sua maneira, o Universo pedia para ela ir tomar conta da sua própria Vida e deixar a Vida alheia - mesmo a de quem ela tanto amava, em Paz.

Parou de ligar e esperar ansiosamente por determinados telefonemas.
Um dia depois do Natal, recebeu a ligação do melhor amigo dele e depois conversou com ele. E conversaram muito. Falar com pessoas inteligentes faz bem para a Alma dela.
No penúltimo dia do ano, ligou para eles - atendendo sem saber, um pedido feito via sms dos dois. Mais conversas.
No último dia ligaram novamente e se falaram muito para variar.

A meia-noite os encontrou dormindo.
A meia-noite a encontrou em lágrimas.
Lágrimas pelo fim de muitas coisas:
- um ano
- uma etapa
- um sonho
- uma ilusão
- uma esperança

No dia seguinte, conversando com o melhor amigo dela, falou á respeito e ouviu de um ente até então, tão querido que ela já sabia que não seria correspondida a um tempão. Dito de forma, fria, irônica e impaciente, deixou-a mais triste ainda.
Onde estava o amigo, que sempre a apoiou de maneira tão delicada e gentil, sem claro, faltar com a verdade?
O amigo, deixou a conversa virtual e não voltou mais. Ela ainda pensou que ele viesse conversar com ela pessoalmente, já que moravam perto um do outro. Claro que ele não veio. E sequer ligou.
Ele sempre se importou mais consigo e quando se tratava das dores dos amigos, ele sumia.
E se afastava de pessoas que considerava negativas e aborrecidas, sem se tocar que em um momento de tristeza profunda, um simples abraço ajudaria e uma palavra amiga também. Que não se pode ser otimista vinte e quatro horas por dia, trezento e sessenta e cinco dias por ano. Não tinha paciência para o que não fosse de seu total interesse.
Ela finalmente compreendeu que como a maioria das pessoas, ele também tem seu grau de egoísmo negativo.
E cada um dá aquilo que tem. E chorou por isso.

No primeiro dia do ano, finalmente descobriu que colocava determinadas pessoas em um "altar" esquecendo que são humanos.
Humanos como ela. Seres que estão vivendo e aprendendo com seus erros e acertos. Como ela.

Por alguns segundos, chegou a pensar que Anjos não existiam.
Mas existem sim.
Em multiplos sentidos.

Para Bons Amigos.

2 comentários:

Giane disse...

Desde ás 18:00 que "Eles" estão provando exatamente o contrário...
UEBAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anjo das Trevas disse...

Giane...

Não dê o direito a ninguém de dizer o que deve fazer ou acreditar.
A ninguém.
E não deixe de crer no que a faz feliz.

Quanto a música, para Você ver, mesmo na tristeza e na treva há beleza.

Feliz Ano Novo.

Abraços.

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